Zequinha, clássico personagem paranaense, surgiu no final da década de 1920, estampado nas embalagens de balas simples, de açúcar e corante, de uma empresa da Capital (“A Brandina”), fundada pelos irmãos Sobania, de origem polonesa. O desenho teria sido inspirado em um famoso palhaço paulista, da época, que foi adaptado para um total de 200 desenhos diferentes, tamanha foi a sua aceitação. Alberto Thiele e Paulo Carlos Rohrbach desenharam as figuras, que eram impressas na Impressora Paranaense, fundada por Ildefonso pereira Correia, o “Barão do Serro Azul”), ilustre paranaense que consta no Livro de Aço dos Heróis da Pátria. Zequinha, naqueles tempos, foi um pouco de tudo: de ladrão a galanteador, de nervoso a condenado, de relojoeiro a escafandrista. Teve até Zequinha, suicidando-se e enforcado. Algumas figurinhas eram carimbadas e davam direito a prêmios. As repetidas eram trocadas e disputadas nos jogos de “bafo” e “tique”.
As balas tiveram grande sucesso e foram relançadas ao longo das décadas seguintes, até meados de 1960, através de diversas empresas que haviam adquirido os direitos acerca da marca, das empresas anteriores. Foram elas: “Irmãos Franceschi”, “E. J. Gabardo e Massochetto” e “Zigmundo Zavadski”. As figurinhas eram armazenadas em carteiras feitas com duas pequenas chapas de papelão, unidas por fitas ou elásticos. Não havia um álbum específico para acomodá-las.
Em 1979, foram relançadas as figurinhas do Zequinha, para serem coladas em álbum próprio (“Clube do Zequinha”). O criador de sua nova imagem foi o renomado artista Nilson Müller - criador de diversos outros personagens de destaque - que desenhou um Zequinha mais “rechonchudo” e animado. Zequinha viajou, realizou diversas atividades de lazer e profissionais e visitou grandes obras e empresas públicas. Tanto o álbum, quanto as figurinhas, eram trocadas por notas fiscais, em uma campanha idealizada pela agência PAZ e lançada pelo Governo do Estado do Paraná. Novamente, o Zequinha foi um sucesso! Nessa época, teriam sido distribuídas mais de 200 milhões de figurinhas! Quem completasse o álbum tinha direito a prêmios especiais.
No ano seguinte (1980), foi lançado o álbum “Caravana do Zequinha”, também com ilustrações do artista Nilson Müller, mas em outra apresentação. Diversas figurinhas, juntas, formavam mosaicos de página inteira. Essa coleção não atingiu o sucesso das versões anteriores.
Em 1986, surgiu outro álbum para colar as figurinhas lançadas (“Festival das Figurinhas Zequinha”), através da “J. J. Promoções Ltda”. Elas já não vinham mais embrulhadas em balas, mas eram as mesmas estampas das versões das décadas de 1920 a 1960. Eram vendidas junto com doces. Tiveram relativo sucesso, mas muito longe do êxito alcançado pelas primeiras versões e pela recriação de 1979.
E, agora, em março de 2021, mês do aniversário de Curitiba, é relançado esse icônico personagem da terra dos pinheirais, pelas mãos do querido artista Nilson Müller (criador do personagem de 1979). Através de contrato de licenciamento com os empresários Robson Krieger e João Luís Vieira Teixeira, foram desenvolvidos diversos produtos personalizados e lançado o novo álbum de figurinhas, abordando novas atividades e profissões, em um álbum moderno e inovador, para 200 imagens diferentes e mais 8 figurinhas especiais, permitindo que também as novas gerações possam conhecer, colecionar e trocar as tradicionais figurinhas do famoso Zequinha.
E como surgiu essa questão do relançamento do álbum do Zequinha? O artista Nilson Müller, e sua família, sempre tiveram esse interesse, mas esbarravam na questão da falta do registro da marca do personagem criado no fim da década de 1970. Diversas pessoas já o haviam procurado com o objetivo de lançar um novo álbum de figurinhas. A ideia estava, digamos assim, portanto, em banho-maria...
Em meados de agosto de 2020, após uma “live” em um programa de televisão que vai ao ar aos sábados à tarde, a família do Ilustrador viu a oportunidade de “reviver” o Zequinha na forma de produtos diversos e retomou a ideia de um possível relançamento do álbum.
Por uma feliz coincidência, o empresário João Luís Vieira Teixeira, idealizador do portal de vendas Sambay express comentou com seu amigo e um dos sócios nesse negócio, Robson Krieger (artista plástico, empresário e galerista), que seria bacana alguém complementar o desenho do logotipo dessa empresa, que era apenas da cabeça de uma arara, com as cores do Brasil. Então, Robson lhe disse que a melhor pessoa para fazer isso seria o Sr. Nilson Müller, antigo conhecido seu.
Assim, depois de uma breve visita dos empresários ao artista, em poucas horas, já havia na prancheta um esboço muito simpático da arara-canindé solicitada! Quando os empresários foram ver o desenho, conversaram sobre outros assuntos e também perguntaram sobre o eventual ressurgimento das figurinhas e do respectivo álbum, pois chegaram a colecionar esses itens e seria sensacional ter esses produtos em seu portal. Ao tomarem ciência da questão da ausência do registro da marca, foram se inteirar sobre o assunto e assumiram o encargo de providenciar o devido registro. Assim, foi feito o pedido junto ao INPI e, hoje, ela é uma marca, em fase final de registro, do artista. A marca é: Zequinha by Nilson Müller.
Nessa mesma esteira saudosista e paranista que permitiu o relançamento do álbum, foram surgindo ideias para diversos outros produtos, que, hoje, somam cerca de 30 tipos diferentes. De bolas de gude, baldinhos para pipoca e bambolês até camisetas, relógios de parede e fones de ouvido.
Assim que as restrições, criadas por conta da pandemia, permitirem, será feita a inauguração oficial da Loja do Zequinha, em local escolhido nobre: as ruínas de São Francisco, no centro histórico de Curitiba.
Por enquanto, as compras podem ser feitas “on line”, no site
lojadozequinha.com.brBoa diversão a todos!